Tuesday, February 26, 2013

BRASILEIROS NA FORMULA 3 , 1977


Nada menos do que cinco brasileiros tentaram a sorte na Fórmula 3 em 1977, e somente um foi bem sucedido. Ao passo que Nelson Piquet e Fernando Jorge decidiram disputar o Campeonato Europeu de Fórmula 3, os outros quatro, Mario Pati Jr, Mario Ferraris Neto e Aryon Cornelsen resolveram se concentrar no Torneio Britânico, embora tenham também disputado algumas corridas no continente. Piquet correu com um Ralt, e o começo da temporada não foi muito bom.

Nas suas primeiras oito corridas pontuou só uma vez, com um terceiro lugar em Osterreichring, Áustria. Entretanto, após a rodada de Silverstone Piquet ganhou momento, obtendo cinco pódiums seguidos (dois terceiros, dois segundos e finalmente, a primeira vitória, em Kassel Calden, Alemanha). Coroou o ano com outra vitória em Jarama, Espanha, obtendo o terceiro lugar no Campeonato Europeu. Mario Pati Junior disputou 22 corridas com um March, obtendo dois segundos lugares em fracas provas extra-campeonato. Uma dessas provas é curiosa pois marcou a estréia de Nigel Mansell na F-3 (Donington Park)/ Nos campeonatos ingleses marcou pontos em duas ocasiões, com um 5° e um 6° no final do ano. Também não teve uma performance boa em Mônaco. Ferraris, que fora campeão paulista de Fórmula Vê em 1975, e também o único brasileiro a ganhar uma prova internacional em 1976, na Fórmula Ford inglesa, parecia ter futuro. Fez dupla na March Racing com Cornelsen, e seu melhor lugar foi um 3° na segunda prova de Thruxton do ano. Também obteve um 5° lugar em Caldwell Park, mas logo acabou o seu dinheiro, e só disputou onze provas. Cornelsen voltava à Fórmula 3 após uma discreta participação em 1976, e seu desempenho só pode ser categorizado como apagado. Abandonou a maioria das provas em que participou, e só esteve na zona de pontos na prova de fechamento do ano, quando chegou em 4° lugar. Nunca mais se ouviu falar de Cornelsen no automobilismo. Fernando Jorge fizera furor como estreante na Fórmula Super-Vê brasileira, em 1976, mas na F-3 esteve longe de ser uma estrela. Seu primeiro ano na categoria também foi coroado de abandonos, e a melhor posição foi um humilde 9° lugar em Donington. Se não fosse por Piquet, teria sido um péssimo ano.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami

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